Luís de Camões

(1524–1580)
Luís Vaz de Camões foi o maior poeta do período renascentista em Portugal e é considerado uma das figuras centrais da literatura em língua portuguesa. Autor de Os Lusíadas, epopeia que celebra as conquistas marítimas portuguesas, Camões uniu erudição clássica, lirismo e humanismo renascentista. Sua vida foi marcada por viagens, batalhas, dificuldades financeiras e longos períodos no Oriente. Sua poesia lírica e épica consolidou-o como símbolo da identidade cultural portuguesa e referência da literatura mundial.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
CAMÕES, L. Rimas. Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, 1953.
Tema:
A verdadeira afeição na longa ausência se prova.
Tema:
Mais vale um gosto na vida que cem anos de fruição.
Tema:
A ventura pode tirar riquezas, mas não pode tirar virtudes.
Tema:
Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Tema:
Quem tem amor, tem tudo; quem não tem, nada possui.
Tema:
A esperança é o sonho de quem está acordado.
Tema:
O valor está na alma e não na fortuna.
Tema:
Que melhor conselho há que a própria consciência?
Tema:
Nunca o homem se engrandece tanto como quando se ajoelha para ajudar uma criança.
Tema: